Pará é destaque na mesa de debates sobre a COP30 na 1ª Conferência Nacional e IV Marcha das Mulheres Indígenas, em Brasília

Foto: Jaelta Souza/Ascom Sepi

O Pará reafirmou seu protagonismo na agenda climática nesta segunda-feira (4), durante a 1ª Conferência Nacional e IV Marcha das Mulheres Indígenas, realizada em Brasília. Representando o estado, a secretária de Povos Indígenas do Pará, Puyr Tembé, integrou a mesa dedicada ao debate sobre a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será sediada em Belém, em novembro. O encontro tratou de temas estratégicos como mudanças climáticas, defesa dos territórios, direitos originários e a participação efetiva dos povos indígenas na construção de propostas para a conferência do clima.

“A COP30 não pode ser apenas um evento internacional realizado na Amazônia. Por isso, a presença do Pará nesta mesa de debates é estratégica. Estamos aqui para garantir que ela seja construída com a participação efetiva dos povos indígenas, valorizando seus conhecimentos, suas propostas e sua contribuição para a preservação da Amazônia. Nosso papel é articular, ouvir e assegurar que essas vozes estejam no centro das decisões, fortalecendo o protagonismo indígena na agenda climática”, afirmou Puyr Tembé.

Foto: André Guajajara/Divulgação

O primeiro painel do evento em Brasília teve como foco o papel das mulheres indígenas na defesa da Amazônia, a preservação da biodiversidade e a presença das mulheres indígenas nos espaços voltados à política. Durante o debate, a Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa) — organização representativa que atua na defesa dos direitos, na promoção da autonomia e no fortalecimento cultural dos povos indígenas do estado — reforçou seu papel como parceira da Sepi nas articulações em defesa da Amazônia e dos territórios indígenas.

Representada por sua presidenta, Concita Sompré, a entidade destacou a importância de garantir que as pautas indígenas sejam protagonistas nas discussões climáticas globais. “A COP30 precisa ser construída com a participação efetiva de quem vive e protege a Amazônia todos os dias. Estamos aqui para garantir que as vozes das mulheres e dos povos indígenas do Pará estejam na linha de frente, apresentando propostas concretas para a preservação da floresta”, afirmou.

Foto: André Guajajara/ Divulgação

A presença do Pará na agenda se conecta diretamente ao trabalho realizado pela Caravana dos Povos Indígenas rumo à COP30, iniciativa liderada pela Sepi que percorre as oito etnorregiões do estado, levando informações, fortalecendo lideranças e preparando comunidades para o evento. O estado levou a maior delegação do bioma Amazônia, com representantes de etnias como Tembé, Xipaya, Kayapó, Juruna, Arara, Munduruku, Araweté, Asurini, Kuruaya, Parakanã, Gavião Kyikatejê, Xikrin, Apiaká, além de povos isolados. Vindas de diferentes territórios, essas mulheres representam a força, a resistência e o conhecimento ancestral dos povos originários.

Foto: Jaelta Souza/Ascom Sepi

A Conferência Nacional e a Marcha das Mulheres Indígenas são organizadas pela Articulação Nacional das Mulheres Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga), em parceria com o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), o Ministério das Mulheres (MMulheres) e outras instituições. Com essa participação ativa, o Pará reforça seu compromisso com uma COP30 construída a muitas vozes, com escuta, articulação e presença efetiva dos povos indígenas na definição de soluções para o futuro da Amazônia e do planeta.