Belém acelera investimentos bilionários e se consolida como capital da Amazônia a 100 dias da COP30

Por André Costa - Rádio Eldorado FM

Belém, Pará - 02 de agosto de 2025

Com um olhar voltado para o futuro e um investimento monumental de R$ 4,7 bilhões, o Governo do Pará acelera os preparativos para receber a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). A exatos 100 dias do início do evento, a capital paraense se transforma em um canteiro de obras e um laboratório de políticas públicas que visam não apenas sediar a conferência, mas consolidar um legado duradouro de sustentabilidade urbana e bioeconomia para toda a Amazônia.

A escolha de Belém, uma cidade-chave na Amazônia, para sediar a COP30 a partir de 10 de novembro, é um marco histórico. O evento se alinha aos debates da Cúpula da Amazônia, realizada na mesma cidade em 2023, que já havia posicionado a região como protagonista na agenda climática global. A cidade agora se prepara para receber mais de 50 mil pessoas, incluindo líderes de 196 países, em um cenário de grandes transformações.

O Legado Urbano: Infraestrutura para o Futuro

Mais de R$ 1 bilhão do investimento total foi direcionado a obras de saneamento e macrodrenagem, atendendo a uma demanda histórica da população. As intervenções em 13 canais de áreas periféricas, como as bacias do Tucunduba e Una, beneficiam diretamente mais de 500 mil pessoas com esgotamento sanitário e prevenção de alagamentos. A modernização do sistema de saneamento do complexo do Ver-o-Peso, um dos maiores cartões-postais da cidade, é outro pilar dessa estratégia.

Para o governador Helder Barbalho, a COP30 é a vitrine de um modelo de desenvolvimento: “Vamos mostrar ao mundo que é possível conciliar o progresso com a floresta em pé. As obras de infraestrutura que estamos entregando já mudam a vida das pessoas hoje, e esse será o nosso maior legado para as futuras gerações”.

Mobilidade e Bioeconomia em Destaque

A mobilidade urbana também recebe atenção especial. O BRT Metropolitano, com mais de 85% de execução, vai modernizar o transporte na região com veículos de baixa emissão de carbono, como os ônibus modelo Euro 6 e veículos elétricos. Três novos viadutos já foram entregues, aliviando o trânsito e melhorando o fluxo para a conferência e para os moradores.

Já no icônico Porto Futuro II, antigo porto industrial, galpões históricos estão sendo restaurados para abrigar o Museu das Amazônias e o Parque de Bioeconomia e Inovação. Esses espaços serão cruciais para impulsionar a economia local e promover as tradições e o conhecimento dos povos da região.

Parque da Cidade: O Coração da Conferência

Construído no local do antigo Aeroporto Brigadeiro Protásio, o Parque da Cidade é o maior investimento em área de lazer e convivência da capital. Com 500 mil m² e milhares de árvores plantadas, o espaço se transformará no epicentro da COP30. A partir de meados de agosto, ele será preparado para abrigar a Blue Zone (negociações oficiais da ONU) e a Green Zone (eventos da sociedade civil), tornando-se o palco principal dos debates globais.

Da Capacitação à Segurança

• Hospedagem inovadora: Para garantir a oferta de leitos para os mais de 50 mil participantes, o governo está investindo em soluções como a Vila COP30, um complexo modular com 405 quartos. Além disso, dois navios de cruzeiro atracarão em Belém para funcionar como hotéis flutuantes, uma solução logística inédita para o evento.

• Qualificação profissional: O programa Capacita COP30 já formou 22 mil trabalhadores locais em áreas como turismo e serviços, preparando a população para atender com excelência aos visitantes de todo o mundo.

• Segurança reforçada: Cerca de 12 mil militares do Comando Operacional Conjunto Marajoara atuarão na segurança da conferência, em uma operação conjunta do Exército, Marinha e Aeronáutica, garantindo a ordem pública e a proteção de delegações internacionais.

Este vasto e coordenado esforço de investimento e planejamento reflete o compromisso do Pará em liderar a agenda ambiental. O estado, que registrou uma redução de 28,4% no desmatamento em 2024, busca mostrar que a COP30 é mais que um evento diplomático: é um catalisador de transformações reais e duradouras, com o potencial de redefinir o futuro da Amazônia e do planeta.